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terça-feira, 6 de maio de 2014

Trabalhos (de) em casa e a culpa que as mulheres carregam. Ou não.

Tudo o que existe para fazer dentro de uma casa, sejam tarefas de limpezas, cozinhar, arrumar, cuidar dos filhos etc, são da responsabilidade de todos que habitam nessa casa. Ao longo dos tempos o papel da mulher foi mudando como todos sabemos e ela passou a estar mais horas fora de casa. Passou a desdobrar-se para conseguir dar conta dos dois recados. 

Entretanto a sociedade foi evoluindo e os homens da casa passaram a "ajudar". São vistos com muito bons olhos por "elas" e com desconfiança por "eles". Alguns exibem orgulhosamente esta sua faceta  e sem dúvida que este foi um importante passo para a redefinição dos papéis sociais que cada um ocupa, começando em casa. Agora é importante passar a mensagem e principalmente educar os nossos filhos para a diferença que é o "ajudar" do "partilhar ou dividir". 
Sem entrar em grandes conceitos ou grandes chavões e simplificando, podemos perceber que o importante é que em casa sejamos todos felizes. E essa felicidade passa também pela partilha do que há para fazer! Não se trata de ajudar a "empregada" do costume pondo a mesa ou tirar a roupa da máquina  só porque ela pediu.

Se para termos roupa lavada é precisa lava-la e para comer temos que cozinhar, então é meter as mãos à obra. 

Claro que não temos todos os mesmos dotes e há coisas que gostamos de fazer mais ou menos que outras. Quando há entendimento facilmente estas coisas se percebem e naturalmente as pessoas acabam a fazer aquilo para o qual têm mais aptidão ou gosto. Mas é importante que estejam disponíveis a tomar a iniciativa de fazer as outras coisas.  De aprender, de tentar pelo menos. Dar banho a uma criança não é um bicho de sete cabeças, apanhar roupa do estendal também não, tal como não é complicado cortar a relva do jardim, ou lavar o carro, ou pendurar quadros. 

Nós mulheres muitas das vezes perpetuamos maus hábitos nos outros. E desculpem a atribuição de parte da culpa a nós mulheres, mas ainda é o que acontece. Continuamos a ser nós as principais responsáveis pela educação dos filhos e inevitavelmente desculpamos-lhes muita coisa e deixamos que eles recebam de herança estes maus hábitos.

De uma forma simples, é importante que cada elemento do agregado perceba as necessidades dos outros respeitando a sua individualidade mas ao mesmo tempo fomentando a vida em grupo que é a FAMÍLIA! 

Para o grupo funcionar todos têm que colaborar e colaborar não é limitar-se a esperar que as coisas apareçam feitas ou que alguém nos diga o que fazer. É simplesmente ir e fazer.

Acreditem que é mais fácil do que parece. A mudança começa em nós. Na nossa forma de pensar. Mas não se julgue que não há famílias que são muito felizes mesmo sendo assim, ainda da geração do "ajudar". Se essas não se importam de o ser e funcionar assim, pois então um viva à diversidade. 

Não há soluções milagrosas mas há sem dúvida linhas orientadoras e isso já é uma grande ajuda.